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CORONAVÍRUS: A venda tirada na cegueira humana

  • semmeiaspalavras
  • 26 de jun. de 2020
  • 3 min de leitura

Por João Paulo Dantas.

Fé e esperança ainda são as principais soluções para enfrentar a pandemia

Uma narrativa que talvez brilharia os olhos de Steven Spielberg. Seria, quem sabe, seu próximo sucesso. Mas é “apenas” a nossa realidade. E é o que assusta: é realidade, não ficção esperada nas telas do cinema. Os atores são reais e o roteiro imprevisível. Nenhum autor ainda é capaz de definir o desfecho. O mundo tornou-se o protagonista numa saga atormentada pelo grande vilão: o Coronavírus.

Era doído, mas era cômodo olhar os problemas sociais, econômicos e geográficos, do outro lado, sem vivê-los. Nos compadecemos, porém, cada nação com o seu problema. No entanto, agora, estamos unidos sem nos encostar, juntos e nunca antes tão separados.

Apesar do sofrimento, gosto de pensar que a pandemia veio para nos trazer novas chances, aguçar novos olhares. Sua viagem planejada, meus planos para o final de semana, nossas festas, shows, o casamento desejado, o sorvete no domingo e a visita aos avós viraram pó, assim, do nada. Sumiram sem pedir-nos permissão, esfregando despida a grande verdade maquiada: NÃO SOMOS DONOS DE NADA!


Crianças pintam cartazes com mensagem de esperança contra coronavírus. Reprodução: internet


Todavia, só aprende a voar quem, em algum momento, perde o chão. Acredito que este é o momento de criarmos asas. O mundo nos implora por silêncio para enxergarmos o que realmente importa. Quantos dias passamos sem conversar olho no olho? Quantas vezes não apreciamos a calmaria de simplesmente “fazer nada”? Quantas vezes a mensagem substituiu o calor do encontro real? Tantos foram os momentos que o corpo humano pifou porque o cliente não podia esperar, ou o sono ficou de lado para trabalhar mais e ganhar dinheiro!

O Corona é mais que um vírus, é um castigo dado por mãe: que pune para haver aprendizado. E coitado daquele que sair desse sufoco sem ter aprendido nada! A insuportável quarentena é uma forma da vida calar-nos para ouvirmos o que precisa ser ouvido. Nenhuma lição consegue chegar até nós se os barulhos secundários são altos demais. É preciso calar para ouvir. É preciso ouvir para aprender e seguir em frente.

Agora, incontáveis pessoas são obrigadas a conviverem com o marido, esposa, filhos, pais, irmãos... Muito tiveram arrancados de si alguns sonhos. Estamos aprendendo a economizar comida e dinheiro, a reorganizar tempo, prioridades e sentimentos. Vidas se desfazendo em segundos, todos os dias, sem aviso, obrigando-nos a refletir sobre o que realmente vale a pena sentir, investir, focar e viver.

Ainda assim, é lamentável como a raça humana é realmente teimosa. Como se não estivéssemos on-line o suficiente antes da pandemia, agora, o número de pessoas conectadas à internet e ao videogame aumentou. No período para ler mais, conversar, aprender, apreciar o silêncio e a calmaria, estamos nos readaptando naquilo que fazíamos antes: viver o virtual e se deliciar com o irreal ilusório. Será que estamos realmente aprendendo? Tenho a sensação que fugimos sempre de nós mesmos e da nossa evolução, com medo de encarar o nosso eu. Claro, excluo, aqui, aquelas pessoas que oferecem excelentes conteúdos para saúde física, mental e entretenimento evolucional.

Mulher anuncia noivado ao avô através da janela. Reprodução: internet


Sem dúvida, este período nos deu de presente a ESPERANÇA. Acima de tudo, reascendeu no mundo o verdadeiro significado e poder da FÉ. É por ela que acordamos e temos a certeza de que conseguiremos vencer este desafio. Não é momento de se desesperar, mas de aprender. De se agarrar nos motivos que dão sentido à vida, de VIVER a fé. É hora de atentar nossos olhos à simplicidade e perceber que milhões de seguidores, curtidas, contatos, dinheiro e viagens jamais vão substituir o prazer da liberdade.

Vamos passar por isso juntos, mas antes, gostaria que refletissem na seguinte pergunta que pode definir o seu futuro enquanto ser humano evoluído ou não: “Quem será você depois da quarentena?”

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Sobre João Paulo Dantas

João Paulo Dantas é Jornalista formado pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás.

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