top of page

O NÚ

  • semmeiaspalavras
  • 20 de jun. de 2020
  • 2 min de leitura

GEOMETRIA DO ENSAIO NU ARTÍSTICO

> Por Dhayane Marques

A sensibilidade de capturar por uma lente à essência do corpo e personalidade

A nudez já foi tratada como uma objetificação sexual feminino por expor uma fragilidade dos poderes de sedução e beleza. Também houve um tempo em que a única finalidade do homem mostrar o seu corpo nu era de despertar o desejo em outras pessoas. Em 1960, apesar das controvérsias daquela época, a nudez assume uma performance de contestação de padrões sociais e o corpo se torna uma arma contra os tabus.


Esse comportamento passou a ser cada vez mais adotado e assim permitiu a alteração na forma de como se relacionam com o fato de alguém estar nu. O fenômeno estimulou nas pessoas o autoconhecimento, auto aceitação, amor-próprio entre outros quesitos que atualmente passam a ser melhor compreendidos. Os padrões de corpo deixam de ser um requisito e passam ser uma auto afirmação e de liberdade aos próprios olhos.



Guilherme Correa - Fotógrafo


Apesar da crescente procura pelos ensaios de nudez, ainda existem questionamentos como: quem pode posar? Só modelo pode ser fotografado? Os padrões são válidos? Só famosos que fazem? Quem decide o que é ou não belo?


Dúvidas como essas são mais recorrentes entre homens, por haver certa resistência em explorar algo sutil, delicado e belo. Ainda assim não é uma regra. Há cinco anos trabalhando com fotografia, o carioca Guilherme Correa, 40 anos, afirma que 99% dos ensaios nus são de homens.

Além de fazer ensaios de moda, Guilherme se especializou em ensaio nu artístico, sensuais e de casais. “O meu foco sempre foi trabalhar com ensaio nu artístico masculino”, destacou o fotógrafo. Expor algo íntimo de maneira especial requer muita segurança no profissional que está por trás da câmera. De acordo com ele, é preciso que a “confiança seja uma via de mão dupla”.

O trabalho de Guilherme Correa começou a ganhar mais forma desde que criou um projeto com a finalidade de expor a alma das pessoas que posam com o corpo nu e vulnerável. O Nutopia, foi um projeto que se transformou na marca do trabalho sensível que tem apresentado ao público masculino.

Essa dedicação fez com que o fotógrafo ganhasse visibilidade, ao todo são mais de cinco mil imagens inéditas e sem censura, clicadas pelas lentes do fotógrafo-autor. “O Nutopia quer revelar muito mais do que corpos, não existe um ‘padrão de beleza’. A proposta é se desnudar, oferecer liberdade”, acrescentou o profissional ao reforçar que ele mesmo já participou do projeto e que essa atitude acaba encorajado outros homens.


Há corpos criados e eles podem ser representados de distintas formas, em diferentes grupos sociais. A vulnerabilidade que a nudez transparece nos alerta de que somos mais que um corpo.

A exposição do corpo nem sempre é algo muito confortável e para isso os profissionais se desdobram para conseguir um bom ângulo, uma boa luz, um belo sorriso. Explorar o corpo é saber que, na verdade a beleza é plural, não existe um “padrão” para se sentir bem com a história, lutas internas e externas, as marcas, cicatrizes e essências que cada pessoa carrega. Particularmente, as pessoas merecem um momento de vaidade que ampare no resgate da autoestima.





* Instagram Nutopia: @xnutopia

* Instagram Guilherme Correa: @guilhermecorreafoto


Commentaires


bottom of page